Casa da Sustentabilidade

2015

Colaboradores Sol Camacho, Pia Quagliato, Heloísa Escudeiro, Felipe Hess, Didier Callot, Federico Concilio, Lucas Miilher e João Paulo Carrascoza

Projeto em parceria com o escritório Open-Office

O projeto tem como partido o símbolo emblemático da casa, no sentido mais singelo do desenho. Cria-se um módulo de duas águas, como uma casa em corte e a partir da sua repetição o projeto se desenvolve. O símbolo é reconfigurado de maneira a aproveitar melhor os recursos já existentes no local e criar as principais estratégias de sustentabilidade: a inclinação das coberturas, a elevação em relação ao solo e as aberturas para ventos. A implantação foi determinada pelas condições naturais de vento e insolação, mas também pela situação da casa no parque portugal e seus principais acessos. Ao fundo do terreno (local também mais protegido da insolação direta pela vegetação existente) se localizam os programas que exigem maior privacidade, enquanto as áreas públicas se voltam para o campo aberto ao sul.

Os principais acessos se dão por repetições dos módulos que se estendem para a entrada 5 do parque portugal, perto do estacionamento, e do bonde, a partir do qual se vê grande potencial de atração de público, principalmente aos finais de semana. Mesmo com esses acessos destacados o trajeto interno do edifício é flúido, assim como a relaçao interior/exterior, através de painéis pivotantes e espaços abertos, permitindo diferentes percursos e fluxos.

Tecnicamente, a distribuição das infraestruturas ocorre em graus distintos, mais ou menos visíveis, trazendo o caráter didático do edifício.o fornecimento de energia elétrica acontece através de painéis fotovoltaicos on-grid, distribuídos em área suficiente para gerar toda a energia do programa da casa e atender seus usuários e o eventual excedente energético poderá ser utilizado para abastecer bicicletas elétricas disponíveis na casa. A instalação desses veículos permite também que os usuários interajam mais diretamente com o fornecimento de energia e compreendam suas vantagens e sua importância. Também está previsto o tratamento de água cinza para reaproveitamento, águas negras e água de chuva. Como exemplos de mobiliário de áreas molhadas, podem ser citados o vaso sanitário acquamatic (que consome dois litros de água por acionamento), a ducha elétrica exatron (com menor gasto energético) e as torneiras da linha pressmatic, da docol.para a estrutura do projeto, adotou-se a madeira laminada de produção certificada e legalizada. Seus módulos podem receber essencialmente dois materiais: painéis reciclados de embalagens cartonadas e policarbonato.

Para todos os sistemas e materiais foram considerados elementos de baixo custo, produzidos em um raio de até 200km do local de implantação do projeto e, sempre que possível, desenvolvidos a partir de pesquisas nacionais e membros do green building brasil. A modulação do projeto foi desenvolvida a partir dos tamanhos das peças adotadas, de maneira a melhorar o aproveitamento e racionalizar o canteiro de obra, reduzindo o tempo de execução e gastos com desperdícios.

O paisagismo garante a criação de espaços integrados a todo o programa, permitindo que diferentes áreas aconteçam ao longo dos percursos dos usuários e conexão em distintos níveis – pisos, paredes e coberturas. As espécies regionais escolhidas funcionam integradas, proporcionando proteção e interação em todas as estações do ano, de maneira lúdica e educativa, apresentando ao usuário símbolos de campinas, como o cambuí e a flor de são joão, e como incorporá-los a suas residências de maneira eficiente e sustentável.

O resgate do emblema da casa aqui apresentada tem intenção de aproximar o usuário ao tema proposto: soluções simples que também podem ser aplicadas no âmbito doméstico, provando que a sustentabilidade é acessível a todos. A intenção é tornar a casa da sustentabilidade, agora em maiúscula, um ícone sensível, convidativo e de clara apreensão visual aos futuros usuários